segunda-feira, 18 de julho de 2011

Oscar


Oscar riu com nunca havia rido antes. O rosto pálido se contorcia em espasmos de prazer retido. Nos seus olhos uma inércia opaca cintilava com as lágrimas de ironia. Não sabia por que, porém sentia que era incontrolável, e isso lhe agradava ainda mais. Algo naquele jovem havia despertado da escuridão da alma humana e se deliciava com a liberdade concedida. Mas o que havia causado tamanha possessão? Quem era o demónio que o habitava silenciosamente? Não importava mais, aquele corpo já não era mais feito de vida, mas sim de ódio. O futuro lhe reservara novos planos.
Oscar fechou a gaveta e começou a subir os degraus em direção ao quarto dos pais. A luz do luar que adentrava pela janela da sala refletia no rosto do menino, mostrando um largo sorriso. O sorriso da morte.

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