domingo, 25 de setembro de 2011

O ofício do ofício


O ofício do ofício
é dilatar o tempo
contrair o espaço
negar o intenso
impor a exaustão
contra o inesperado
buscar a constância
produtiva não mental
colher o fruto
que brota podre
transgênico
psicodélico
digerido em ilusão
descarregado
sem cerimônia
na fossa
do vizinho
e o pior
sem lavar
as mãos

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Tamborisse


Humildade evapora, se esvai perde o cheiro feito perfume velho de momentos faceiros até que só sobre o delírio etílico, passível do conjunto que vira unidade sensível, a solidããão. Tom tom tom. E mesmo que adepto do impulsivo renego o abrigo, dado pelo amigo que diante do penhasco conecta os olhos com o horizonte e não o buraco onde eu queimo, na escuridããão. Tom tom tom. Mesmo se fosse por um segundo, um minuto, um milímetro, anseio, que o mundo que vivo, respiro o espirro alheio, baixasse a crina, confiante como ave de rapina, e defrontasse o medo, a compreesãããão.

E eu bato o tambor esperando.

Tom tom tom.

domingo, 4 de setembro de 2011

Rumo




Que a pura e simples passagem
Fique cega de desfechos
E que todo passo seja o começo
De uma bela e imprevisível viagem

Contra o centrão vote periferia

Patrícios e plebeus Centro e periferia Castelo e feudo Cobertura e laje Condomínio e comunidade Derrubar os muros Apagar as luzes Limpar o r...