sábado, 26 de fevereiro de 2011

Bomba


Se você é um daqueles caras que tem vontade de explodir tudo, mas acaba barrado por um código moral, uma lei qualquer, aguarde. Agora, se não for nada disso, um pacifista, defensor de um mundo coloridinho, politicamente correto, sugiro que tire o bolo do forno e vá ler algum livro infantil da Madonna.
Sem mais delongas, o papo é o seguinte, eu, como tu e o capitão Nascimento, sou a favor de de mandar tudo pelos ares. Sabe como é, pegar essa merda toda, e dar restart, não ao estilo rock marica, mas, com um outro Big Bang. Bonito ou não, isso aqui não é desfile de moda, não tem Gisele na passarela, e é o teu que ta na reta.
Só que a realidade é essa aqui : Merda não tem pavio. Não da pra acender e correr pro colo da mãe, e se pisar nela só espalha mais. Fazer o que então?
Cutuca. Isso mesmo, pega o graveto e atormenta. Faz a merda pedir pra sair, cospe na cara dela, humilha. Só que não vai fazer isso com palito de dente, se não fede pro teu lado. O que você tem de cabeça, seja inteligência emocional ou cultural é que vai dizer o tamanho da sua vara. E quando o assunto é foder com alguém, tamanho é documento.
Pode ver, nego de sucesso, self-made de verdade, só ta por cima porque quem ta em baixo não alcança. Por isso cara, nunca é tarde para acreditar, fazer bagagem e começar a pular as muralhas. Vive tua vida com bravura por enquanto, por que, vai que um dia a nossa bomba explode.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Chapéu de côco




Seria injusto julgar o homem acima como contestador. Ele foi, apenas, um dos poucos que viu e desfrutou da verdadeira felicidade. E feliz da vida, sorriu para os outros com poesia. Contestadores são aqueles que sentiram na alma a alegria desse sambista, e que tentam continuar a festa. Pois como diria o Nelson Sargento "Cartola não existiu. Foi um sonho que tivemos" um sonho que morreu pobre, mas imortalizado no samba, que, convenhamos, emociona.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Obsessão


Quem dera eu fosse
o mestre dos disfarces
Te acompanharia
com minhas mil faces
Obsessão por ti
eu viveria
sem que me notasse

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Um beijo de luz


O dia se mostrava impune, e fazendo do sol sua mão de ferro, irradiava sobre as ruelas e edifícios da cidade grande. Os homens e mulheres, que transitavam por essas ruas, nada podiam com o fogo que vinha dos céus, e por isso se designavam a manter a rotina imune aos castigos climáticos. O sol não parava para assistir ao universo, ocupava se na combustão eterna, o cidadão não podia dar se ao luxo de assistir ao sol, tinha suas devidas ocupações.

Dentro de um veículo, com janelas obviamente abertas, Anita e Pedro refrescavam-se com o vento, que movido de contragosto batia violentamente no rosto dos irmãos, procurando manter o fluxo que lhe fora destinado. Mastigando e amassando o pacote com fulgor, Pedro deliciava-se com o lanche de boa hora, e parecia pouco se preocupar com a verdadeira sinfonia proporcionada pelo seu pequeno momento de prazer. A cada abocanhada, pequenas imagens passavam pela cabeça daquele garoto de treze anos, imagens do passado, do presente e do futuro. E neste sonho de olhos abertos, despregado do meio fisico, anestesiado com pão e queijo, Pedro decidiu se debruçar sob a janela do carro, e olhar o céu que resplandecia num azul unicor, cortado apenas por riscos brancos da poluição urbana. Foi então que que seus olhos encontraram o sol, e cegado pela luz que emanava daquele corpo celeste, o garoto virou para Anita e disse:


- Dia lindo


E foi só, Pedro voltou a sonhar, sonhava agora que era o sol, imponente sob os astros, imune a qualquer moral. Observava a imensidão negra do universo, e sonhava em voz alta expressando-se com fogo, castigando aqueles que jamais aceitariam seus sonhos. Sonhos que jaziam silenciosos, esquecidos na alma humana.

Contra o centrão vote periferia

Patrícios e plebeus Centro e periferia Castelo e feudo Cobertura e laje Condomínio e comunidade Derrubar os muros Apagar as luzes Limpar o r...