Em uma leitura inicial, a imagem mostra um recipiente de
palha com uma seleção de frutas dispostas arbitrariamente. Contudo,
a natureza aqui, é uma mera ilusão da
nostalgia ao qual representa. Estes frutos da terra são plastificações fiéis as
suas formas e cores. A perfeição quase que transmite por imagem, os sabores e
aromas que não os contemplam. São, desmascarados de sua irreal
representatividade, de seu falso destino nutricional, um simples enfeite.
Carecem da perecividade dos derivados de coisas vivas, e são portanto, tão
duráveis, tão eternos quanto a própria imagem.
Com essa ilustração mentirosa, questionamos o homem da
atualidade sobre os seus reais valores. Diante da própria mortalidade, como um
elemento vivo, uma fruta de Deus disposta sobre um recipiente universal, o ser
humano supre seu desejo de imortalidade recriando falsos suspiros do eterno. Os
produtos industrializados, mesmo insulsos, sem traços de vida, criam a sensação
de saciedade. Como um narcótico, é momentâneo e vicioso, com efeitos colaterais
depressivos e destrutivos tanto introspectivamente como para o ambiente vivo
que o circunda. Seria o destino da raça humana também se tornar um enfeite para
os olhos do nada? Com certeza, inertes como objetos de contemplação somos muito
mais inofensivos.
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